segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A ÉTICA NO FUTEBOL






"Me considero profissional, não sou hipócrita."  Com esta frase (e provavelmente lema de vida) Paulo César Carpegiani deixa o Atlético (PR) e assume o SPFC.

Agora vamos analisar melhor a declaração do Carpegiani. Pesquisando no "pai dos burros" como diria minha avó, ou seja, dicionário, encontro:
Profissional -  Pessoa que faz alguma coisa por profissão. Oposto a amador.
Hipócrita - Fingimento, falsidade.

Ora, ser profissional não é o oposto de ser hipócrita.  Da maneira que ele disse não existem profissionais hipócritas. E se o sujeito for amador, tem que ser hipócrita?  Acho que não.

Entretanto ele não mencionou que profissionais, não hipócritas podem tomar atitudes antiéticas e que decepcionam milhares de pessoas que acreditam no trabalho daquele "profissional".

Ainda bem que Muricy Ramalho, além de profissional, não hipócrita, também é ético. Quando a CBF/Corinthians convidou Muricy sem sequer deixar o Fluminense ciente do encontro, ele retornou da reunião, consultou o FFC sobre a possibilidade sua saída, mas como a diretoria pediu que ele ficasse, ele ficou. 

Foi mostrado ao técnico a importância da continuidade do trabalho. Foi ressaltado que o projeto naquela altura do campeonato tomaria um rumo desastroso sem seu comandante. E ele resolveu ficar.  Disse que precisava deixar exemplos positivos para seus filhos. Sua imagem perante a família era muito mais importante do que prestígio e reajuste salarial. E olha que o convite não foi de outro clube, foi da Seleção Brasileira, Pentacampeã Mundial.

Se por si só dirigir a Seleção não fosse atrativo/desafio suficiente, ainda seremos a sede da próxima Copa do Mundo. Imaginem um técnico brasileiro sendo Campeão Mundial em solo brasileiro, acho que trocam até o nome do Estádio Mario Filho para o nome do treinador campeão mundial no Brasil.

E antes que alguns digam que ele somente ficou por causa de alguma multa recisória, vou ter um acesso de gargalhadas.  O Fluminense, e todos os clubes aqui do Rio de Janeiro, não conseguem segurar nenhum jogador, imaginem um técnico indo para o escrete canarinho?

No nosso caso não conseguimos prender aqui nenhuma revelação de Xerém. Basta aparecer um clube russo, árabe ou checheno - europeu então nem se fala - que a garotada sai no dia seguinte, por valores muito baixos.

Além disto, para quem não sabe todo contrato de jogador ou técnico renomado consta cláusula para ser liberado no caso de proposta do exterior. No caso de técnicos, além da cobiça dos clubes europeus, ainda existe também previsão para convites de seleções nacionais. Então Muriçoca ficou por caráter, mesmo sendo um profissional do futebol.

Obrigado Muricy Ramalho. Seus filhos devem estar felizes pelo pai que tem. Os nossos por você ter honrado esta camisa e por ser o melhor técnico do Brasil.

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